A resenha de hoje é um dos meus primeiros livros adultos lido e o mais “pesado”: Objetos Cortantes, da autora americana Gillian Flynn.
Você já deve ter ouvido falar dessa
autora em algum lugar... Sim, ela é a mesma que escreveu Garota Exemplar que
inspirou o filme homônimo dirigido por David Fincher e estrelado por Rosamund
Pike (indicada ao Oscar pela atuação) e Ben Affleck. Objetos Cortantes foi o
livro de estreia de Gillian Flynn, lançado primeiramente no Brasil pela Editora
Rocco, em 2008, com o título “Na Própria carne” e, nesse ano, republicado pela
Editora Intrínseca, que também é responsável pelos outros dois livros da autora
no Brasil; Garota Exemplar e Lugares Escuros.
Objetos Cortantes é narrado em
primeira pessoa pela angustiante Camille Preaker. Esta é uma jornalista
recém-saída de um hospital psiquiátrico para a recuperação de sua tendência à
automutilação. Não “simples” cortes em seus pulsos; ela escrevia palavras, de
todo tipo, em seu corpo inteiro, desde "cupcake" a "suja". Camille trabalha em um jornal pouco conhecido
da cidade de Chicago e é designada pelo editor-chefe, Frank Curry, que apesar do seu jeito durão é um verdadeiro pai para Camille, a ir à sua
cidade natal, Wind Gap, uma cidade pequena onde todo mundo conhece todo mundo, para cobrir um assassinato brutal de uma garota e um
desaparecimento de outra, acreditando que assim o jornal possa ganhar algum
reconhecimento.
Camille não regressava a sua cidade
há muito tempo e não tinha intenção alguma de fazê-la. Em Wind Gap, ela
relembra sua adolescência conturbada, seus fantasmas e seus demônios. Como não
tinha alternativa, hospeda-se na casa de sua família, tendo que conviver com a
mãe, Amma, que é, com todo respeito, totalmente louca, que não esconde sua repulsa por
Camille; o padrasto, um ser meio robótico que parece ser controlado por Amma e sua meia-irmã Adora, uma garota
meio psicótica, onde Camille se vê quando tinha sua idade.
Objetos Cortantes é um livro curto,
de leitura rápida; embora esse seja o meu primeiro e único livro lido da Gillian Flynn, acredito que, por ser o seu livro
de estreia (mesmo assim elogiado até por ninguém mais ninguém menos que Stephen King)
seja seu livro “mais fraco”. A autora
americana é reconhecida por mostrar o pior do ser humano, e não é diferente em
Objetos Cortantes.
Senti que nenhuma palavra, nenhuma
letra nesse livro fora em vão, tudo teve um sentido, um significado maior; não é
o tipo de livro em que é entupido de coisas sem sentido com o objetivo de
aumentar o número de páginas. O responsável pelo assassinato pode não ter sido
uma surpresa para alguns leitores, mas para mim foi (já que, “acidentalmente”,
li a primeira linha do epílogo), que era um “meio spoiler”, algo que não prejudicou
a leitura.
Se você está à procura de um livro em que tenha personagens bem construídos, que mostre o pior que o ser humano possa fazer, Objetos Cortantes é o livro!
Objetos Cortantes promete não
demorar muito para, também, inspirar um filme, já que os direitos de adaptação
fora comprado pelo produtor Jason Blum.Boa leitura!
Jornalista, antes de se dedicar integralmente à carreira de escritora, Gillian Flynn trabalhou por dez anos como crítica de cinema e TV para a Entertainment Weekly.
Nascida no Missouri e formada em jornalismo e inglês pela Universidade do Kansas, escreveu durante dois anos para uma revista de negócios na Califórnia e concluiu um mestrado em jornalismo na Northwestern University, em Chicago.
É autora de Lugares escuros e dos premiados Garota exemplar e Objetos cortantes, que juntos já venderam mais de 200 mil exemplares no Brasil. Seus livros foram publicados em vinte e oito países. Atualmente, Gillian mora em Chicago com o marido e o filho.
Informações adicionais:
Tradução: Alexandre Martins
Páginas: 256
Gênero: Ficção
Lançamento pela Intrínseca: 02/02/2015
ISBN: 978-85-8057-658-0
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