Resenhas de livros

 

Resenha: O Apanhador no Campo de Centeio - J. D. Salinger


   Acredito que qualquer um que tenha o mínimo teor literário já ouviu falar do grande clássico O Apanhador no Campo de Centeio, bastante comentado e umas das obras literárias mais famosas desta época. Foi o primeiro grande livro que ouvir falar e o primeiro que tive vontade de procurar para ler.

  É a única obra escrita por  J. D. Salinger, foi publicada inicialmente em formato de revista junto com outros contos do autor; apenas em 1951 ganhou um formato de livro físico.
  Foi, e ainda é, um dos romances mais lidos de todos os tempos, principalmente pelo público jovem, graças à temáticas que o mesmo aborda.

 O romance não tem uma historia fixa. Para ser mais especifico, o livro aborda o final de semana do jovem Holden Caulfield após ter tirado péssimas notas em quase todas as matérias da escola onde estuda, Colégio Pencey. O rapaz é expulso e resolve perambular pela cidade antes de regressar a casa e dá a notícias aos seus pais.
 A narrativa é simples e a história é contada pelo próprio Holden. É como uma conversa com o personagem, aonde ele vai acarretando fatos e muitas vezes se perdendo nos seus pensamentos, mudando o rumo inicial das coisas, às vezes podendo deixar a narrativa meio confusa, mas acima disso dando um toque único ao livro.

 Holden Caufield é um jovem sem muita perspectiva de vida, ele não sabe o que fazer com seu futuro, não se importa com estudos e está completamente perdido a respeito de sua vida.
 Ele é um rapaz problemático e, apesar de inteligente, ele não sabe o por que de muitas coisas acontecerem ou terem de ser feitas. Ele tem uma certa inocência dentro de si e muitos de seus questionamentos são bem infantis.
 É um personagem extremamente solitário e, apesar das pessoas gostarem de sua presença, ele odeia a maioria dos seres humanos; não os entende, não se encaixa perto deles, típico da misantropia que, acredito eu, seja apenas um dos muitos problemas comportamentais que o personagem tem.

 Eu gostei bastante do livro, a história é fluída e alguns toques bastante interessantes do que se diz respeito ao comportamento humano.
 Holden é um personagem bastante interessante e pouco compreendido, causando um certo desconforto em muitas pessoas que leem o livro. Eu gosto da narrativa e consigo entender sua fama. Levando em conta na época que o livro foi escrito, é totalmente plausível o tom do personagem. Um jovem de uma época onde a força de expressão dos adolescentes não era muito grande, por isso a crise ideológica do rapaz, que se sente vazio em um mundo sem sentido algum.

 Apesar de gostar bastante do livro, admito que o mesmo tem muitos pontos negativos. Às vezes, temos a sensação que o autor não sabia bem o que pretendia fazer e apenas escreveu por escrever, o personagem fica meio incoerente a ele mesmo e coisas desnecessárias acontecem, causando um certo tédio ao se ler o livro, mas trazendo um toque ainda mais realístico a obra.

 Eu sempre li muitas resenhas e comentários sobre O Apanhador no Campo de Centeio, e muitas controversas e opiniões diversificadas sobre o romance. Acredito que a maiorias das pessoas nem mesmo entenderam o livro de verdade ou então já leram com uma ideia completamente diferente do que o livro propõe.
 Já vi muita gente endeusando  J. D. Salinger, afirmando coisas completamente sem sentido sobre a obra  e criando especulações sem sentidos sobre a visão deles do livro.
 Em contraponto a isso, já presenciei muitas pessoas criticando a obra, dizendo que o livro é sem sentido e que não passa de um monte de paginas vazias, que não vale a pena ser lido.
 Minha opinião sobre isso é que as maiorias das pessoas vão ler o Apanhador com uma ideia muito errado e nem mesmo tentam ter sua própria interpretação do livro, apenas repetindo o que todo mundo já diz. Isso acaba criando um ciclo de pessoas afirmando besteiras por aí. Não entendem o livro, e endeusam o autor por algo que elas nem tiveram o trabalho de procurarem entender.
  O livro ganhou fama por motivos errados e muitas pessoas tentam procurar mensagens subliminares e uma complexidade em algo que na verdade é muito simples.
  J. D. Salinger marcou, sim, a história da literatura; foi sim um bom escritor, mas não o melhor. O Apanhador no Campo de Centeio é, e sempre vai ser, um grande livro, mas não pelo que as pessoas narram por aí. Ele é um grande livro pela sua interpretação e simplicidade. Holden Caufield é muito bem trabalhado e, apesar de confuso, ele é um grandioso personagem e um dos melhores já criados até hoje.

 Se você está pensando em ler O Apanhador no Campo de Centeio, eu sugiro que limpe sua mente de tudo que é dito sobre o livro e tente interpretá-lo da sua maneira. Se tiver sem paciência e tiver em busca de um livro com uma mensagem impactante e uma profundidade emocional, uma história incrivelmente elaborada, não o leia. Agora, se quiser um livro simples e real com pensamentos de um jovem problemático e misantropo, eu recomento totalmente o livro.
 Me diverti e de certa forma até me questionei bastante lendo O Apanhador no Campo de Centeio e sempre será um dos meus livros prediletos.

Boa Leitura!






Informações adicionais: 


 Sobre o autor:



 Jerome David Salinger, foi um escritor norte-americano. Sua obra mais conhecida é o romance intitulado The Catcher in the Rye (O Apanhador no Campo de Centeio no Brasil), publicado em 1951 nos Estados Unidos.

Nasceu em Manhattan, Nova Iorque, em 1º de janeiro de 1919, filho de pai judeu de origem polaca e mãe de origem escocesa e irlandesa. Começou escrevendo ainda na escola secundária, e publicou vários contos no início da década de 1940, antes de servir na II Guerra Mundial. Em 1948, ele escreve o seu primeiro conto aclamado pela crítica, A Perfect Day for Bananafish (Um dia perfeito para Peixe-banana, em português), publicado na revista The New Yorker, que seria o local de onde sairiam mais outros contos seus nos anos seguintes. Em 1951, publica seu primeiro romance, The Catcher in the Rye (O Apanhador no Campo de Centeio no Brasil e À Espera no Centeio ou Uma Agulha no Palheiro em Portugal), que torna-se um sucesso imediato. Sua descrição da alienação da adolescência e da inocência perdida através do seu protagonista, Holden Caulfield, com vocabulário e gírias, serviu de influência para toda uma geração de novos leitores, especialmente adolescentes. O livro continua tendo uma vendagem estimada em 250 mil cópias por ano.



Sobre o livro:

Título: O Apanhador no Campo de Centeio
Título original: The Catcher in the Rye

Autor: J. D. Salinger
Gênero: Romance
Editora: Little, Brown and Company
Editora brasileira: Editora do Autor
Tradução: Álvaro Alencar, Antônio Rocha, Jório Dauster
Número de páginas: 207





                                            Escrito por: Ilian Martins

 

 

 

Resenha: Battle Royale - Koushun Takami

 

 Battle Royale se passa em um pais totalitário situado na Ásia, chamado de República da Grande Ásia Oriental. Apesar de poder ser considerado uma distopia, a narrativa acontece na época em que o livro foi escrito, 1997, diferentemente das distopias convencionais que se passa num futuro incerto, mas não muito distante.

 Portanto, é um livro bem diferente, diferente no estilo japonês. É uma nação próspera e está entre as mais ricas do mundo, mas está mascarado por mentiras e opressão. O governo faz o que quer e a população não se opõe; uma das causas disso se deve ao Programa, que tem o principal objetivo de mostrar às pessoas que não podem confiar em absolutamente ninguém. Esse Programa, que dá o nome ao livro, Battle Royale, é basicamente, uma matança sem sentido: todos os anos uma turma do 9ª ano é sorteado ao redor do país e levada a um lugar isolado e que foi evacuada para a realização do Programa. O jogo so termina quando apenas um sobrevive, após ter uma carnificina.

 Se você tem o mínimo conhecimento literário, deve ter relacionado Battle Royale com Jogos Vorazes. "País totalitário", "um jogo que so termina quando um sobrevive". Mas as semelhanças param por aí.

 Battle Royale é bem mais cruel, o jogo tem as mínimas regras para que não tenha vazamento algum. Todos os estudantes têm uma coleira que além de mostrar sua localização, os "organizadores" do jogo podem explodir suas cabeças quando quiserem e também quando estiverem em um quadrante proibido.

 Outra grande diferença entre Battle Royale e Jogos Vorazes é que há quadrantes proibidos. O lugar onde é realizado o Programa é dividido em quadrantes e alguns se tornam proibidos, fazendo com que eles se aproximem mais e mais da morte.

 A autora americana, Suzanne Collins, escritora de Jogos Vorazes afirmou que nem mesmo conhecia a obra japonesa durante a construção de seu livro. Koushun Takami não quis processar Collins.

 Algo muito marcante em BR (Battle Royale) é que o autor narra as dezenas de mortes que ocorre, não omitindo nenhuma e narra com riqueza de detalhes. Outra coisa é que ele mostra os vários tipos de "monstros" em que um humano pode se transformar quando lhe são dadas armas e chances.

 Para incitar mais ainda as mortes, todos os estudantes recebem um kit de sobrevivência com água e, o mais importante, uma arma que pode variar de uma metralhadora a um garfo. Sim, um garfo de cozinha.

 Tem vários personagens excêntricos, um deles é o responsável pelo Programa, Kinpatsu Shogo, que é daqueles que parecem mais velhos do que são; Noriko, a típica princesinha, dentre outros.

 Pouco tempo depois que o livro foi publicado, surpreendeu e vendeu tanto, que foi feito um filme, muito elogiado pela crítica. Porém, eu não gostei dessa adaptação, fugiu muito do enredo e houve tantas modificações que não deu para deixar passar. Além do livro e do filme, também há um mangá. Aqui no Brasil, foi dividido em 15 volumes. Ainda não tive o prazer de lê-los.

 Koushun Takami é, infelizmente, mais um daqueles autores que escreveu apenas um livro e depois não publicou mais nada. Até agora, Battle Royale é sua primeira e única obra.

 A Editora Globo, responsável ela publicação do livro no Brasil, fez um trabalho incrível. BR só chegou aqui ano passado, quinze anos após o Japão. Nas contra-capas têm o mapa da ilha em que foi realizado o Programa, os quadrantes divididos, e os horários que os tornarão proibidos, nas duas contra-capas, já que o livro tem quase 700 páginas. A capa é linda, com relevos dos quadrantes e até os nomes dos estudantes.

 Battle Royale envolve críticas sociais, as várias facetas do seu humano, brutalidade e muito mais. Um dos livros que mais gostei. É do tipo impactante que chega a nos deixar perplexo. Apesar de ser um livro bem grande, a narrativa flui bem, pode até cansar em alguns momentos, apenas nos momentos em que a vida dos personagens é contado, mas é totalmente necessário.

 É um dos meus livros preferidos, sempre vou me recordar dele e pretendo ler e reler muitas vezes.

 Boa leitura!





Informações adicionais:





Sobre o autor:

Koshun Takami  é um autor japonês e jornalista. Mais conhecido por seu romance Battle Royale(1999), que mais tarde foi adaptado em dois filmes live-action, dirigido por Kinji Fukasaku, e três séries de mangá .

Takami nasceu Hiroharu Takami em 10 de janeiro 1969, em Amagasaki, Hyogo Prefecture perto de Osaka e cresceu na Prefeitura Kagawa, de Shikoku . Depois de se formar na Osaka University com uma licenciatura em literatura, ele saiu da Nihon University 's artes liberais programa de curso por correspondência. De 1991 a 1996, ele trabalhou para a empresa de notícias Shikoku Shimbun, elaborando relatórios sobre vários campos, incluindo política, relatórios policiais, e economia.




Sobre o livro:


Título: Battle Royale
Idioma original: Japonês
Editora: Editora Globo
Tipo de capa: Brochura
Tema: Juvenil
Páginas: 664
ISBN: 9788525056122



                                           Escrito por: Moreira Duarte






Resenha: O Menino do Pijama Listrado - John Boyne


  O drama de Bruno tem início logo no comecinho do livro. Após chegar em casa, ele se depara com a notícia de que toda a sua família terá de sair da capital da Alemanha, Berlim, e se mudar para o interior para acompanhar seu pai que é militar. A casa de Berlim que é gigantesca, típica da elite militar alemã, é um lugar perfeito para as aventuras de uma criança; possibilita a Bruno novas descobertas diárias.


 Ao chegar na casa nova, que ele e sua irmã, Gretel, chamam de Haja-Vista e, diferentemente, da casa de Berlim, o seu novo lar é muito menor e dificulta as aventuras de Bruno, que quer se um "explorador".
 Por conta disso, ele resolve explorar aquele lugar desconhecido. Depois de algum tempo procurando, ele encontra uma cerca, atrás dessa cerca, um menino muito diferente dele, mas não demora muito para que façam amizade, mesmo havendo uma barreira os impedindo.
Na janela do quarto de Bruno pode se ver um lugar ao longe, onde há um lugar em que todos usam pijamas listrados, Bruno acredita que seja uma fazenda. Mas na verdade é um campo de concentração.

 O que mais chama a atenção é a ingenuidade de Bruno que John Boyne consegue transmitir ao leitor que, em nenhum momento, oscila. Permanece até o último instante com aquele final surpreendente e aterrador.

 A capa é muito bonita e criativa, assim como os pijamas dos judeus, e o título, é listrada. Simples e subentendido. Além de tudo, tem uma textura um pouco áspera que, pessoalmente, é muito agradável de tatear.
É um livro curto, com acontecimentos rápidos. Os principais acontecimentos que um garoto de 9 anos pode ter.

 A Segunda Guerra Mundial e o nazismo são constantemente narrados em livros, mas não é muito comum ser retratado a história na visão de uma criança no meio de brutalidades que ocorreram nessa época sombria. O que também me surpreende foi por ter o ponto de vista de uma criança alemã que, naturalmente, era indiferente daquilo tudo e não sabia do que realmente aquilo tudo se tratava, mas que no final, mesmo sem entender nada, caiu sobre os ombros dele. Ah, e uma amizade totalmente diferente. Um judeu e um "mini nazista". Seus mundos eram divergentes um do outro sem saberem o porquê, mas a amizade deles fora mais forte que qualquer coisa.
Este livro me emocionou muito. É uma estória que levarei sempre comigo.
Recomendo.

 Boa leitura!




Cinema:


O livro ganhou uma adaptação em 2008
para o cinema com Asa Butterfield
interpretando  Bruno.


 Foi rodada pela Heyday/Miramar, em Budapeste, entre abril e julho de 2007. O filme tem como atores principais David Thewlis, Vera Farmiga, Rupert Friend, Asa Butterfield e Sheila Hancock. Também ganhou um Oscar de melhor filme dramático

 A adaptação cinematográfica d'O Menino do Pijama Listrado é uma das poucas que eu não me arrependi depois de assisti-la. A atuação de Asa Butterfield como Bruno é incrível, eu não conseguiria indicar outro ator para interpretá-lo. É claro que tem algumas mudanças, coisas que foram retiradas ou colocadas, mas entendo que foram necessárias para a adaptação. A premissa inicial do livro permaneceu apesar disso.





Informações adicionais:




Sobre o autor:




 John Boyne nasceu na Irlanda, em 1971, e mora em Dublin. Escreveu diversos romances que já foram traduzidos para mais de quarenta idiomas. Seu livro mais célebre, O menino do pijama listrado (2007), lhe rendeu dois Irish Book Awards, vendeu mais de 5 milhões de exemplares pelo mundo e foi adaptado para o cinema
em 2008.




Sobre o livro:



Autor: John Boyne
Idioma original: Inglês
Titulo original: The Boy in the Striped Pyjamas
Tradução: Augusto Pacheco Calil
Gênero: Juvenil
Paginas: 176
ISBN: 038-57-5106-0



                                              Escrito por: Moreira Duarte





Resenha: Misto Quente - Charles Bukowski




Procurei por uma palavra que me ajudasse a descrever facilmente o que era Misto Quente, a única que me coube melhor foi "real". Essa é a melhor definição que eu poderia dar a este livro.

 Sempre fui fascinado pela natureza dura e pela crueza com que Charles Bukowski escrevia. Conheci seus poemas e crônicas, e logo me tornei um grande admirador do seu trabalho. Mas Misto Quente foi o primeiro de seus livros que tive o prazer de ler.



 É o quarto romance escrito por Bukowski, foi publicado em 1982 pela editora Black Sparrow Books nos Estados Unidos e chegou ao Brasil em 2005 pela L&PM Editores.

 Considerada por muitos a obra prima do autor e, sem dúvidas, é um de seus livros de maior destaque.



 O livro narra a infância e a juventude do alter ego de Bukowski, Henry Chinaski, um garoto pobre de origem alemã que foi levado ainda muito jovem aos Estados Unidos por seu pai, com o intuito de melhoria de vida.

 Henry, durante a infância, era um garoto comum, muito calado e observador, não tinha amigos; não lhe era permitido pelo pai brincar com ninguém. Ao longo de seu crescimento o garoto leva  uma vida quieta, ao mesmo tempo que, no fundo, sempre teve um grande senso de questionar tudo que o rodeava.

 Henry se vê cercado e tendo de enfrentar o mundo a sua volta. Um mundo onde ele sofria represárias por todos os alunos de sua escola, onde não lhe era permitido amizades, e onde tinha de conviver com um pai autoritário que lhe aplicava surras quase que constantemente, por motivos que muitas vezes não era nem mesmo relevantes, ou que não eram entendido por ele. Sua mãe não era diferente. Não o defendia, uma mulher completamente submissa ao marido psicopata.

 Passa por um grave problema de espinhas que marca sua adolescência ainda mais, o fazendo se sentir diferente de todos, muitas vezes sentido vergonha de si mesmo. A doença o marca não so superficialmente, mas também marca o caráter de Chinaski, e vemos isso sendo agravado no decorrer do livro.Henry odeia as pessoas, odeia o mundo em que vive e logo encontra duas das coisas que tornariam essa existência minimamente suportável: a bebida e os livros.

 O garoto cresce e se torna um homem, mas sempre sendo seguido de perto por um sentimento de ódio, num mundo repleto de pessoas que o desprezavam, que não o aceitavam. Mas Henry é e sempre foi esperto demais. Um vagabundo. Começa a escrever contos e acaba sendo expulso de casa quando seu pai lê alguns de seus trabalhos.

 Fora de casa, começa uma vida de vadiagem, vivendo do dinheiro que ganhava em jogos e fazendo favores, morando em pensões e cortiços. Fazendo daquele ambiente de bebedeira, brigas e confusão, um lugar onde finalmente poderia encontrar o que buscava.

 Uma história que me prendeu até o último momento, um estilo de escrita sujo, sádico, depravado e completamente verdadeiro. Me identifiquei em muitos momentos com Henry e com seus questionamentos e anseios. Uma obra bastante comovente e, apesar de sua linguagem direta e coloquial, é um grande clássico literário. Um dos meus livros favoritos e uma obra que ficará para sempre marcada na minha vida.
"Quem não leu misto quente não leu Bukowski."
 Sugiro a todos que tem interesse em conhecer mais sobre o Velho Safado, e também para qualquer um que estiver em busca de um livro inspirador.


Boa Leitura!





Informações adicionais:

 

 

Sobre o autor:



Henry Charles Bukowski Jr, nasceu em Andernach, na Alemanha, a 16 de agosto de 1920, filho de um soldado americano e de uma jovem alemã. Aos três anos de idade, foi levado aos Estados Unidos pelos pais. Criou-se em meio à pobreza de Los Angeles, cidade onde morou por cinquenta anos, escrevendo e embriagando-se. Publicou seu primeiro conto em 1944, aos 24 anos de idade. Só aos 35 anos é que começou a publicar poesias. Foi internado diversas vezes com crises de hemorragia e outras disfunções geradas pelo abuso do álcool e do cigarro. Durante a vida, ganhou certa notoriedade com contos publicados pelos jornais alternativos Open City e Nola Express, mas precisou buscar outros meios de sustento: trabalhou 14 anos nos Correios. Casou, se separou e teve uma filha. É considerado o último escritor “maldito” da literatura norte-americana, uma espécie de autor beat honorário, embora nunca tenha se associado com outros representantes beat, como Jack Kerouac e Allen Ginsberg.

Sua literatura é de caráter extremamente autobiográfico, e nela abundam temas e personagens marginais, como prostitutas, sexo, alcoolismo, ressacas, corridas de cavalos, pessoas miseráveis e experiências escatoló­gicas. De estilo extremamente livre e imediatista, na obra de Bukowski não transparecem demasiadas preocupações estruturais. Dotado de um senso de humor ferino, auto-irônico e cáustico, ele foi comparado a Henry Miller, Louis-Ferdinand Céline e Ernest Hemingway.

 

 

 

Sobre o livro:

Autor: Charles Bukowski
Idioma original: Inglês
Titulo original: HAM ON RYE
Tradução: Pedro Gonzaga
Gênero: Realismo sujo, Romance
Literatura moderna internacional
Paginas: 320
ISBN: 8525414654


                                                  Escrito por: Ilian Martins 





Resenha: A Mão Esquerda de Deus - Paul Hoffman




A Trilogia A Mão Esquerda de Deus, começa com um livro homônimo e se inicia com o ponto de vista de um dos muitos acólitos do Santuário dos Redentores do Penhasco de Shotover, Thomas Cale, o protagonista da estória, que ninguém especifica sua idade talvez tenha 14 ou talvez 15, tampouco se sabe qual seu nome de verdade, pois todos que chegam ali são rebatizados com os nomes de mártires de Lordes Redentores. 

 Acólitos são nada mais do que crianças que foram levadas muito novas e contra sua vontade ao Santuário com o propósito de se tornarem soldados inigualáveis, chamados de Redentores. Porém, poucos sobrevivem, pois são tratados como escravos. 
No começo da estória, o leitor já é avisado de que não se trata realmente de um Santuário, todos acólitos têm um treinamento rígido, cruel e desumano, em nome do que os Redentores chamam de “Única e Verdadeira Fé”, que se trata de um doutrina baseada nos ensinamentos do Redentor Enforcado que se compara a Jesus Cristo do cristianismo.


    Com o desenrolar da estória, Cale é submetido em várias situações totalmente inusitadas, obrigando-o a tomar decisões demasiadas complicadas para um garoto de sua idade. Em determinado ponto, ele vira um herói, mesmo não sendo essa sua intenção e salva a vida de um ser que nunca vira antes: uma mulher entre os acólitos e Redentores só há homens.


    E é aí que a estória começa de fato. Acompanhado de mais dois acólitos e de sua recém-descoberta, Cale vê a chance de fugir daquele lugar terrível, mesmo não sabendo e não tendo para aonde ir.


Mais uma vez, o inesperado acontece, os quatros são levados a um grande Império, onde conhecem um mundo, que até então estavam impossibilitados de desfrutar.


    Mas seu antigo mentor, Lorde Bosco, jamais permitirá que Cale se desvencilhe do Santuário por completo. O acólito carrega em suas mãos um dom imensurável, que o permite ir da bondade à violência num piscar de olhos. Ele será o Juízo Final.


    Um menino que não é um menino, Thomas Cale é a Fúria Divina encarnada, Thomas Cale é o Anjo da Morte. A Mão Esquerda de Deus.



Um trama repleta de guerra, traição, amor, violência e até mesmo um toque tênue de humor.




Resolvemos que seria a nossa primeira resenha pois se trata de nossa trilogia preferida, a qual nos deixou totalmente atônitos e supreendidos. Não esperavámos que se tratava de uma estória tão envolvente, que nos prende do começo ao fim. A linguagem é peculiar e marcante com uma escrita totalmente inovadora e que não se vê em todos os livros. É uma pena que o autor, Paul Hoffman, tenha tão poucas obras publicadas impossibilitando uma visão mais abrangente de seu trabalho.


Apreciem e divirtam-se muito. Sugerimos que todos leiam.





Boa leitura!

                

 

INFORMAÇÕES ADICIONAIS:

 

 

Sobre o autor:   


 Paul Hoffman passou a maior parte da infância em campos de pouso, vendo seu pai, pioneiro da prática esportiva do paraquedismo, saltar de aviões. Depois de se formar em inglês no New College, em Oxford, teve vários empregos, de professor a administrador de uma casa de apostas e mensageiro de banco. Mais tarde, foi o principal agente de classificação etária do Departamento Britânico de Classificação de Filmes. É o autor de The Wisdom of the Crocodiles e de The Golden Age of Censorship. É também roteirista de cinema. 



Sobre o livro: 

Gênero: Ficção
ISBN: 9788560280537
Lançamento: 09/04/2010
Formato: 16 x 23
Peso: 570 gramas
328 páginas


Quotes:


A solidão é uma coisa maravilhosa por dois motivos. Em primeiro lugar, ele permite que um homem esteja consigo mesmo e, em segundo, evita que ele esteja na companhia dos outros. Ser sociável é uma coisa arriscada. Fatal até, pois significa estar em contato com pessoas. E a maioria delas é idiota, perversa e ignorante, e está com você apenas porque não consegue aguentar a própria companhia.


A vida é uma viagem para gente como eu e você: uma viagem na qual nós nunca sabemos para onde estamos indo. Você vê um novo destino no caminho, depois outro melhor e assim por diante, até o local a que pretendia chegar inicialmente cair no esquecimento. Somos como alquimistas que começam buscando por ouro e, durante o processo, descobrem novos remédios, uma maneira lógica de ordenar as coisas e fogos de artifício: a única coisa que nunca descobrem é ouro!

“Nenhuma notícia é tão boa ou tão ruim quanto parece em um primeiro momento”


A solução para qualquer problema é sempre outro problema.


Sei que você não precisa que eu lhe diga que este mundo é um inferno, porém, tente entender que os homens e as mulheres são, ao mesmo tempo, as Almas atormentadas dele e os demônios que executam esses mesmos tormentos.

Seu nome é Cale.
Disseram a ele que poderia destruir o mundo.
Talvez ele destrua."

Link do Book Trailer:


  https://www.youtube.com/watch?v=rEI-QQ54R1M
 

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