terça-feira, 21 de julho de 2015

Condecorações entre outras futilidades

Às vezes, o cansaço te fadiga, a saudade te agride e os teus sentimentos não se calam, eles anseiam dentro de ti e transgridem suas leis. Por mais que grite e peça para que se aquietem, eles ainda assim não silenciam. Sentimentos são assim, como crianças, incontroláveis. Nesses momentos, eu penso,"Acho que nunca mais irei dormir." Pois parece impossível, sua mente está alheia, dança e salteia cheio de ritmo e confiança, como um bailarino novato que se envolve na dança e não para. Não pode parar, então a insônia vem, uma velha amiga das madrugadas solitárias. Então depois de horas a  se rebolar e brigar com sua própria cabeça, você já está perdido e sozinho, sendo obrigado a contar cada telha da sua casa e a conversar com a sua própria voz imaginaria, te dizendo coisas profanas e impuras, com as quais você sempre terá de conviver. Depois, você se deita novamente como um soldado falido cheio de medalhas ganhas pelas derrotas conquistadas, todas preenchidas e espalhadas pelo seu peito como num gesto de que ainda está aqui, mas já não consegue mais batalhar em meio a tantos fracassos. Assim, num gesto quieto e rápido, você finalmente cai no sono, como um suicídio melancólico. Nada mais importa, irá apenas acordar novamente como todas as manhãs, perguntando-se, "Por que estou aqui?".
                                                                                          - Ilian Martins

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