domingo, 12 de abril de 2015

Estátuas das Emoções

 Na praça da juventude da rua principal, tem um conjunto de estátuas a qual sou apaixonado durante toda a vida.
São cinco as estátuas lindas e únicas. Tem um pequeno menino sorridente e traquino. Uma moça formosa, bela e serena. Um velho rabugento de cara seria e carrancuda. Um rapaz solitário chorando sozinho em lamentos. Um anjo entre eles com um olhar distante a frente, o anjo é lindo, tem forma de mulher bela e radiante com cabelos longos e expressões rígidas.
Durante todos os dias as estátuas enfeitam aquela praça e me encantam por sua beleza. Mas somente eu sei que durante a décima segunda badalada quando a noite se assenta nos céus e a escuridão tomam as ruas, aquelas estátuas ganham vida, conversam, brincam e andam.
Fiquei encantado com aquela magia, lembro-me da primeira vez, observava de longe a transformação, todas elas menos uma.
O rapaz para o choro e de joelhos ele fica, quieto e espantado ele olha atentamente parar a sua frente, a moça faz o mesmo com os olhos calmos, simplesmente faz reverência aquele ser tão majestoso, o menininho empurra o velho que também se senta aos pés daquela última, a única que permanece parada e rígida com o olhar distante a frente. Todas as quatros estão de joelhos perante o ser divino, as estátuas dos sonhos.
Durante todas as noites ganham vida e as gastam olhando para algo que não entendem. Por muitas noites me encaminhei ate a praça da juventude, até então que a juventude não cabia mais em mim.
Agora velho e decrépito entendo o significado da magia, aproveitar a vida que é dada por pouco período de tempo as vezes não é preciso. O anjo não ganhava vida,  não precisava de tal feito, pois no coração dos seres de pedra já lhes bastava o acontecimento.
A vida em busca de algo que não se entende, era isso que as estátuas de pedra transmitiam e foi isso que busquei ate aqui.
A magia dos meus sonhos tão bonitos e juvenis, daquele lindo lugar em que vivia as estátuas das emoções.
                                                                        - Ilian Martins

Um comentário:

  1. Não é um uma sombra e nem uma refração, sim, um homem que nasceu e agora sonha. Pois bem, a joia sempre esteve lá o artista apenas deu-lhe.

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